quinta-feira, 23 de julho de 2009

OS BAYLÃO DE BARIRI

fOTO ATUAL DA IGREJA MATRIZ DA CIDADE DE BARIRI. ESSA NÃO É A PRIMEIRA, MAS FOI EM TORNA DELA QUE TEVE INÍCIO A CADADE.

A cidade de Bariri está localizada na região central do Estado de São Paulo, distante aproximadamente 330 Km da capital paulista, a uma latitude 22°04’28” ao sul e longitude 48º44’25” a oeste. Tem como cidades limítrofes Jaú, Bocaina, Boa Esperança do Sul, Ibitinga, Itaju, Arealva, Pederneiras, Boracéia e Itapuí. Bauru, São Carlos e Araraquara são as principais cidades circunvizinhas. Atualmente, contém trinta e um mil habitantes. Sua economia rural está baseada na cana de açúcar e na pecuária; na urbana destaca-se o comércio e a indústria.
O início do povoamento na região, onde hoje se encontra a cidade de Bariri, aconteceu a partir da doação de uma sesmaria de nove mil hectares de terras à família Lima, por volta de 1821, e assumida por nove irmãos em 1833. O pioneiro, José Antonio de Lima, considerado o fundador, a dividiu em nove fazendas de mil hectares cada uma. Embalada pelo cultivo do café, na segunda metade do século XIX, muitos imigrantes compraram terras na localidade. Foi nesse período que também veio de Minas o casal Joaquim Gomes Martins e Ana Gomes de Figueiredo e com eles o jovem Afonso Baylão.
Bariri se emancipou como município em 1890. Entre as inúmeras bibliografias sobre a história da cidade, conta o livro de Eugênio Gatto Netto uma participação política de Afonso Baylão. No ano de 1894, dois grupos políticos se confrontaram na disputa pelo poder. A situação, liderada pelo coronel Joaquim Lourenço Corrêa e a oposição, na qual participava o senhor Afonso, a liderança era do coronel Theotônio Alves Negrão. Mas o auge do conflito ocorreu quando o grupo político do coronel Lourenço, que tinha o apoio do governo estadual, começou a recrutar jovens para lutar na revolução federalista a favor do governo federal. O grupo contrário, que participava o senhor Afonso Baylão, não concordou com tal atitude e usou a força das armas. Diante do acontecimento o governo estadual interveio e prendeu quatro das lideranças oposicionistas, entre elas se encontrava o senhor Afonso Baylão.
Assim descreve o livro História de Bariri de Eugênio Gatto Netto, p. 37 e 38: “No dia 02 de fevereiro de 1894, preparava-se o povo para entregar a mensagem citada, assinada pelos (...). Quando dos lados da Barra Mansa e outros sítios, chegaram uns duzentos homens que sem esperar os resultados dos entendimentos e exasperados, repicaram os sinos da Matriz, invadiram a cadeia e o quartel, apoderaram-se da câmara, onde queimaram todo arquivo e fardas, após o que atacaram a casa do coronel Joaquim Lourenço Corrêa, que fugiu, (...). Por três dias, permaneceu o povo reunido à espera de providências do governo. Essas vieram numa força policial de duzentos homens da força Pública, apetrechados com fuzis e mosquetões dos mais modernos. (...). À aproximação da força policial o povo fugiu: as casas foram invadidas e saqueadas. Sendo incendiada a farmácia de Nossa Senhora das Dores de propriedade do oposicionista Theotônio Alves Negrão. Foram presos Antônio de Assis Bueno, Joaquim China, Afonso Baylão e José Domingues Bueno, que, segundo se afirmou, padeceram horrores. Em 04 de maio de 1894, por sentença do juiz de direito de Jaú, Capitão Antônio Nardi de Vasconcelos, todos os indiciados foram despronunciados”.

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Professor titular de História e Filosofia das redes públicas do Estado de SP e Município de Bariri.